“Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons.” Pv. 15. 3
A onipresença de Deus é uma doutrina conhecida pelos cristãos em geral. Aceitá-la não tem sido um problema quando comparada a outros posicionamentos doutrinários responsáveis por ocasionar divisões e o surgimento de inumeráveis movimentos denominacionais e sectários.
O ponto que pretendo enfatizar aqui diz respeito ao modo como tratamos esta doutrina quanto ao seu caráter prático, ou seja, é possível “saber” que Deus está em todos os lugares e, ao mesmo tempo, não demonstrar qualquer reação ocasionada por esta consciência. Refiro-me ao velho problema existente entre teoria e prática.
Imagine o que poderia ser mudado em todo o contexto religioso que se vive, caso sempre nos lembrássemos de que Deus está pessoalmente acompanhando cada pensamento nosso, cada palavra que proferimos, cada texto que redigimos, cada atitude que tomamos ou deixamos de tomar, enfim, participando continuamente de cada detalhe que define quem nós realmente somos em todos os momentos e em todos os lugares.
De fato, dificilmente encontraremos alguém que não esteja preocupado com o fato de ser observado ininterruptamente; entretanto, pode-se dizer que nem sempre vive-se o que se lê no Salmo 139.24 (vê se há em mim algum caminho perverso, e guia-me pelo caminho eterno). É muito mais comum notar o quanto se preocupa com os olhos humanos, ao passo que a atenção sempre deveria estar voltada, primariamente, para os olhos do Senhor. Tal comportamento constitui-se numa atitude de verdadeiro desprezo e indiferença, ainda que inconscientes. Por outro lado, não se pode pedir a Deus que Se ausente mesmo que seja por um só momento. Quer queiramos quer não, Ele sempre estará onde nós estamos, aprovando ou reprovado o que Seus olhos contemplam e tomando as providências para que a vida siga o percurso submetido ao Seu governo.
A verdadeira consciência das implicações desta doutrina lançaria por terra aquela máscara tão utilizada nos relacionamentos humanos, viabilizando a observância do “sim, sim e não, não”, impedindo a devoção a uma religiosidade superficial que consegue camuflar as coisas conhecidas pelo lar, pelo trabalho, pela escola e que são detidas pela linha divisória existente entre os momentos de ajuntamento solene e a rotina que se pratica diariamente.
Que os olhos do Senhor sejam motivo suficiente para refletirmos profundamente em cada passo dado ao longo de nossa trajetória rumo à vida eterna.
Rev. Marcos Martins Dias
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